Tou de quarentena!

No Domingo passado ficámos em casa.
Durante o dia a minha pequena que andava entretida pela casa veio ter comigo e disse-me
-Mãezinha tenho uma borbulha no pipi.
Eu fui ver e disse-lhe que depois passava, na boa.
Mas ela ainda me disse que tinha muita comichão.
E...
Eu não liguei.
O pai deu-lhe banho, antes de jantar e tudo na boa.
Pois isto de ser Domingo e ter de preparar as coisas para a semana de trabalho e de escolas que aí vem, tem que se lhe diga e eu nem vou para aqui contar.
Porque, senão era outro fado.
Andava eu toda atarefada que o pai foi deitá-la, quando lhe dei um beijinho reparei que ela tinha mais uma borbulha na testa.
Mas não dei importância nenhuma, nem sequer liguei.
Na segunda-feira de manhã vem ela dizer-me que tem tosse (e começa a puxar a tosse) que lhe dói a garganta e que quer ficar em casa.
Como sei que ela gosta muito de ficar em casa e já me fez uma cena desta mais vezes, cortei logo e disse que ela tinha que mesmo que ir.
Na terça-feira já não pediu para ficar em casa, levantou-se toda contente porque é dia de inglês e ela tem uma adoração pelo professor que é obra.
Não é adoração é mesmo fascínio.
Com apenas 5 anos, gosta mesmo do rapaz.
Um puto novo, alto, moreno giro, com um piercing na sobrancelha, com calças árabes e todo estiloso, cheio de bem estar na vida.
Muito simpático e tudo.
Entretanto ao fim do dia em casa, ela veio dizer-me que estava cheia de comichão e que tinha ainda mais borbulhas.
Foi quando me deu um baque.
Onde filha?
Na barriga.
Fui logo fazer a inspeção e fiz o diagnóstico.
Varicela.

Claro só podia ser.
Agora eu com mais 2 filhos como é que não me apercebi?
Senti-me logo a pior mãe do mundo.
Mas o pai não é melhor, porque deu-lhe banho e não topou nada.
Se fosse eu tinha visto logo de início.
Fiquei cheia de pena dela.
Obrigar a pobre a ir á escola e ela doente e ainda pior, sem poder andar a apanhar ar.
Porque assim ainda aparecem mais.
Tá carregada de bexigas, tadinha dela.
Realmente.
Ainda não estou em mim.
De maneiras que hoje lá tive que ficar com ela em casa, ambas de quarentena.
Não me calhava nada bem ficar em casa.
Mas ela não pode ir para a escola.
Isto é tão contagioso.

Agora para "castigo" está um dia tão lindo e eu nem posso ir lá para fora tratar dos meus canteiros que tão cheios de ervas daninhas.
Porque senão ela vem atrás de mim para fora de casa e não pode.

Andei a ler sobre a varicela e verifiquei que é altamente contagiosa mesmo antes de aparecer o enxantema.
O que quer dizer que ela deve ter infestado a escola toda.
Quem não teve de certeza vai ter.
:(
E não só.
Entretanto.
No sábado passado fomos ao IKEA, porque pretendia comprar um wook.
E ela pediu logo para ir para a piscina de bolas.
Claro que para nós foi um alívio, porque assim ela estava entretida num espaço (fechado) com um bando de crianças e educadoras a tomarem conta dela.
Pintam-lhes a cara fazem jogos, desenhos, pintam e andam lá descalços a brincar todos juntos, que é uma festa.
Olha mais uma carrada de crianças que ela infestou.
Sem querer.
A minha pequenita é quase um perigo público.
De maneiras que foi assim.



Mas não pensem que eu sou má mãe.
Ou uma mãe desnaturada.
O mal é ela ser a minha terceira filha.
Porque isto de filhos costuma-se dizer o 1º. filho é uma escola.
E foi mesmo.
Fui mãe muito nova, tanto que o meu mais velho actualmente tem 24 anos.
Para que se note.
Uma vez fui eu com ele de urgência para o hospital da Estefênia.
Hospital de crianças, em Lisboa, para quem não conhece.
Fui toda desesperada, em grande correria.
Apenas com alguns meses de carta, ainda maçarica.
Mas antes telefonei para o meu marido a dizer que o menino estava muita mal e que ía com ele de imediato para o hospital em Lisboa, isto porque era o melhor hospital para crianças do país (naquela altura, era mesmo), e eu para o meu filho queria o melhor.
Morava em Oeiras quenaquela época, não era assim muito perto do centro de Lisboa (ainda não havia sequer a CREL, nem a CRIL, nem autestrada).
Fica nos arredores de Lisboa, mais uma vez, para quem não sabe.
Isto tipo, ía eu a acelarar com os dois pés e tudo.
Só me faltava o tinóni.
Ainda hoje não sei, como entrei no hospital.
O que é certo, é que fui logo para as urgências.
A dizer que o meu menino tava muito mal, que não conseguia respirar, que devia de ser asma, que tava com falta de ar.
Na ocasião ele estava muito constipadinho, com muita febre e eu como mãe pensei o pior.
Entro na urgência, parecia uma maluca toda alvoraçada, os médicos foram impecáveis, atenderam logo o meu menino.
E eu sempre a chorar, toda ranhosa, com medo que ele se me finasse.
Parecia um filme de terror.
Enfim.
Depois de o examinarem cuidadosamente, olharam para mim, assim a modos, entre o incrédulos e meio desconcertados mas também com um ar condescendente.
Pois eu era muito novinha e já com um filho nos braços.
Nisto!
Perguntaram-me com alguma certeza da resposta, se era o meu 1º. filho.
E eu ainda muito preocupada.
Disse que sim, claro.
Pois não é que o diagnóstico foi, que o menino estava bem, graças a Deus e que apenas não conseguia respirar porque tinha um grande macaco no nariz.
OH!
Meu Deus!
Que alívio.
loool
E que vergonha.
Não sabia que devia de limpar o nariz da criança, com soro fisiológico?
Se não sabia fiquei a saber.
:/

Com a 2ª filha já fui uma mãe menos ansiosa.
Pois já tinha a escola do primeiro.
Agora com esta que já é a terceira, coitadinha.
Levo tudo na ponta da sapatilha e depois acontece-me uma destas.

Prontos.
Desabafei.
E mesmo com estas desculpas, sinto-me a pior mãe do mundo.
:S

Amanhã com certeza será outro dia.
Vivendo e aprendendo.